11.17.2009

Miguel Ângelo

Quem foi Miguel Ângelo
Miguel Ângelo Buonarroti é um dos maiores artistas de todos os tempos, um homem cujo nome se tornou sinónimo de "obra-prima". Escultor, pintor, arquitecto e poeta, foi um dos fundadores da Alta Renascença e mais tarde um dos expoentes do Maneirismo. Um génio atormentado e raramente satisfeito com os seus trabalhos. Interessado no estudo das formas do corpo humano e nas expressões e gestos dos homens, Miguel Ângelo realizou as suas obras mais importantes por encomenda dos poderosos papas da Igreja Católica.

Entre os mestres recentes admirava Giotto, Masaccio, Donatello e Jacopo del Quercia, mais que os artistas do tempo da sua juventude, embora o clima cultural da cidade lhe tivesse influenciado decisivamente o espírito; quer o neo-platonismo de Marsílio Ficino, quer as reformas religiosas de Savonarola o afectaram pronfundamente. Estas influências opostas agravaram as tensões na personalidade de Miguel Ângelo, as violentas flutuações de humor, o sentimento de estar em luta contra si próprio e contra o mundo. Assim como concebia as suas estátuas como corpos humanos libertados da sua prisão de mármore, também o corpo era para ele a prisão terrena da alma.

O segundo de cinco irmãos, nasceu a 6 de Março de 1475 em Caprese, uma vila na Toscana (Itália), pertence a uma família nobre, filho de Ludovico di Lionardo Buonarroti Simoni e de Francesca. Em 1481, após o falecimento da mãe foi entregue aos cuidados de uma ama-de-leite cujo marido cortava mármore. Apesar de todo o esforço do pai para que se tornasse um homem de letras, acabou por ter a possibilidade de frequentar a escola de Domenico Ghirlandaio que era considerado o mestre da pintura de Florença. As actividades realizadas no estúdio não correspondiam ao seu carácter, trabalhava sempre sozinho e é nesse período em que começa a estudar a cultura quatrocentista florentina. O seu fascínio pela escultura antiga leva-o a frequentar o jardim de San Marcos, onde a família Medici tinha já adquirido uma colecção notável de estatuária clássica. Participa em requintadas palestras sobre filosofia e estética, mas a sua impaciência e ironia medíocre valeram-lhe o primeiro choque com hostilidade dos invejosos. Ao ridicularizar o trabalho de Torrigiano dei Torrigiani, que era vaidoso e agressivo, este agrediu-o com um golpe violento no rosto que lhe desfigurou, para sempre, o nariz.

Em 1490, quando Miguel Ângelo tinha 15 anos, é o ano em que, o monge Savonarola começa a inflamada pregação mística que o levará ao governo de Florença. O anúncio que a ira de Deus iria descer sobre a cidade aterroriza o jovem artista, sonhos e terrores do apocalipse invadem as suas noites. Deixa o palácio em 1492, quando Lourenço Medici morre. Dedica-se ao estudo da anatomia usando cadáveres no hospital do Espírito Santo e como forma de agradecimento esculpe um crucifixo para o hospital. Em 1494, Miguel Ângelo foge para Veneza, um mês antes da revolução estoirar. Passa o Inverno em Bolonha, esquece Savonarola e as suas profecias, redescobre a beleza do mundo. Lê Petrarca, Boccaccio e Dante. Em 1496 vai para Roma e esculpe La Pietà (1498-1499), que se encontra ainda hoje na entrada da Basílica de São Pedro, no Vaticano, e também Baco, influenciado pela antiguidade de Roma. De volta a Florença, em 1504, conclui a estátua de David, que era originalmente, um bloco de mármore destinado a Agostino di Duccio,que faleceu repentinamente, deixando o mármore à espera. Por volta dessa altura, data também a sua primeira pintura, a Sagrada Família (Imagem 1), em ocasião ao nascimento da filha de Agnolo Doni e de Maddalena. Esta pintura era designada como um tondo (pintura circular) e é uma referência altamente significativa ao estilo do artista, A Virgem com o José e o menino mostram uma torção particular do corpo um modelo que está sempre presente na escultura do artista. O entrelaçamento das figuras cria uma composição movimentada e a luminosidade das cores e os efeitos da luz realçam as figuras sagradas. As figuras nuas no fundo, cujas poses e gestos são típicas das esculturas clássicas, simbolizam a humanidade pagã, o mundo antes da vinda de Cristo.

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