A Primeira República Portuguesa (1910-26) constituiu a primeira
tentativa persistente de estabelecer e manter uma democracia parlamentar.
Apesar das intenções e dos ideais generosos e do entusiasmo inicial, os
republicanos foram incapazes de criar um sistema estável e plenamente
progressista. A República foi prejudicada pela frequente violência pública,
pela instabilidade política, pela falta de continuidade administrativa e pela
impotência governamental. Com um total de quarenta e cinco governos,
oito eleições gerais e oito presidentes em quinze anos e oito meses, a
República Portuguesa foi o regime parlamentar mais instável da Europa
ocidental. Na «arena da República», as paixões pessoais e ideológicas entrechocaram-se, tendo desencadeado forças que prepararam o terreno
para a intervenção dos militares na política e para a instauração da ditadura.
Esta República atribulada foi o prólogo do «Estado Novo», uma
ditadura duradoura que, no momento do seu colapso, em 1974, representava
o regime autoritário de mais longa pressistência na Europa ocidental.
Não é de surpreender que muitos dos juízos acerca da Primeira República
tenham sido severos. Consumidas pelas paixões da defesa ou do
ataque políticos, as testemunhas ainda vivas e a sua descêndencia apenas
produziram material de propaganda. Os escritores do Estado Novo sustentaram
que a República tentou ir demasiado longe, demasiado depressa,
e procurou destruir os fundamentos do Portugal tradicional.
tentativa persistente de estabelecer e manter uma democracia parlamentar.
Apesar das intenções e dos ideais generosos e do entusiasmo inicial, os
republicanos foram incapazes de criar um sistema estável e plenamente
progressista. A República foi prejudicada pela frequente violência pública,
pela instabilidade política, pela falta de continuidade administrativa e pela
impotência governamental. Com um total de quarenta e cinco governos,
oito eleições gerais e oito presidentes em quinze anos e oito meses, a
República Portuguesa foi o regime parlamentar mais instável da Europa
ocidental. Na «arena da República», as paixões pessoais e ideológicas entrechocaram-se, tendo desencadeado forças que prepararam o terreno
para a intervenção dos militares na política e para a instauração da ditadura.
Esta República atribulada foi o prólogo do «Estado Novo», uma
ditadura duradoura que, no momento do seu colapso, em 1974, representava
o regime autoritário de mais longa pressistência na Europa ocidental.
Não é de surpreender que muitos dos juízos acerca da Primeira República
tenham sido severos. Consumidas pelas paixões da defesa ou do
ataque políticos, as testemunhas ainda vivas e a sua descêndencia apenas
produziram material de propaganda. Os escritores do Estado Novo sustentaram
que a República tentou ir demasiado longe, demasiado depressa,
e procurou destruir os fundamentos do Portugal tradicional.